Cientistas detectam oxigênio e metais na galáxia mais distante já observada: JADES-GS-z14-0
Astrônomos detectam oxigênio e metais na galáxia mais distante já observada. JADES-GS-z14-0 existia apenas 290 milhões de anos após o Big Bang. A descoberta desafia teorias sobre a evolução precoce do universo.

Cientistas detectam oxigênio e metais na galáxia mais distante já observada: JADES-GS-z14-0
Em uma descoberta impressionante, astrônomos detectaram a presença de oxigênio ionizado e elementos metálicos na galáxia mais distante já registrada, chamada JADES-GS-z14-0. Localizada a aproximadamente 13,5 bilhões de anos-luz da Terra, essa galáxia existia quando o universo tinha apenas cerca de 290 milhões de anos – um período extremamente jovem em escala cósmica.
A revelação foi feita a partir de observações realizadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), o mais poderoso observatório espacial da atualidade. O instrumento analisou a luz infravermelha emitida por JADES-GS-z14-0 e, por meio da espectroscopia, identificou assinaturas claras de oxigênio ionizado, além de traços de elementos considerados "metais" pela astronomia – isto é, quaisquer elementos mais pesados que hidrogênio e hélio, como carbono, nitrogênio ou ferro.
O que essa descoberta significa?
A detecção desses elementos químicos em uma galáxia tão primitiva levanta importantes questões sobre a formação e evolução das primeiras estrelas e galáxias do universo. A presença de oxigênio e metais indica que estrelas massivas já haviam se formado e explodido como supernovas, enriquecendo o ambiente com elementos pesados em um tempo surpreendentemente curto após o Big Bang.
Isso desafia os modelos tradicionais de formação estelar, que sugeriam que levaria mais tempo para as primeiras gerações de estrelas – conhecidas como População III – surgirem e produzirem tais elementos.
A importância de JADES-GS-z14-0
JADES-GS-z14-0 faz parte do programa JADES (JWST Advanced Deep Extragalactic Survey), que tem como objetivo investigar galáxias formadas nos primórdios do universo. Com sua grande distância, ela fornece uma janela única para o passado, permitindo que os cientistas observem eventos que ocorreram há bilhões de anos.
O brilho observado da galáxia também surpreendeu os pesquisadores. Ela é mais luminosa do que se esperaria para uma galáxia tão jovem, o que pode indicar um surto de formação estelar muito intenso.
Novas fronteiras na astronomia
A descoberta reforça o papel revolucionário do Telescópio James Webb, que tem possibilitado a observação de objetos cósmicos com uma profundidade e precisão sem precedentes. A identificação de oxigênio e metais em JADES-GS-z14-0 não apenas amplia nosso entendimento sobre os primeiros momentos do universo, mas também sugere que a evolução química do cosmos pode ter sido muito mais rápida do que se pensava.
E o que vem a seguir?
Astrônomos planejam continuar analisando galáxias como JADES-GS-z14-0 para entender melhor como as primeiras estrelas influenciaram a estrutura e a composição do universo. Essas investigações poderão ajudar a responder a uma das perguntas mais fundamentais da astrofísica: como surgiram os primeiros elementos que, bilhões de anos depois, dariam origem a planetas, vida e a nós mesmos?